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Foto do escritorIsabel Marinho

A CONSTRUÇÃO DE UM FILME ÉPICO - "VINGADORES, GUERRA INFINITA"

Atualizado: 8 de jun. de 2021


RESENHA CRÍTICA ESCRITA POR GIOVANA BARONE, ISABEL MARINHO E

ISABELA MINELLI

Disciplina de Cinema - Prof. Salinas

Foto: Telecine / Marvel / Divulgação

O mais novo filme da Marvel surpreendeu o público e segundo os críticos assumiu um gênero que estava desocupado desde O Senhor dos Anéis, o épico. A construção de um filme de gênero épico se dá pelo tempo de guerra, ao enredo bem estruturado e complexo, ao longo catálogo de heróis e figurantes, a trilha sonora, a construção de cenários grandiosos e até ao curso da história e das ações, no qual vencer ou perder implica no destino de uma nação.


Para compreendê-lo é necessário ter assistido os anteriores, já que a narrativa começa no meio da ação, típico de um épico. Essa não se perde em sua complexidade, pois a composição dos grupos fez a narrativa se desenvolver de forma enxuta, visto que cada grupo tem uma missão. O primeiro grupo (Tony Stark (Homem de Ferro), Peter Parker (Homem-Aranha) e o Dr. Stefan (Dr. Estranho)) tenta impedir Thanos de conseguir as seis Joias do Infinito; o segundo, composto pelos Guardiões da Galáxia, se subdivide para ajudar Thor e lutar contra Thanos; já o terceiro, os Vingadores da Terra, tem como missão proteger a Joia da Mente de Thanos.


Vale ressaltar que, apesar do tom humorístico dos Guardiões da Galáxia, eles desempenharam um papel crucial na história, principalmente Gamora, enteada do Thanos, que teve sua vida sacrificada em troca da Joia da Alma. Outra questão que os irmãos Russos (Anthony e Joe Russo) acertaram: o diálogo. A junção dos Vingadores com os Guardiões da Galáxia foi surpreendente. Eles conseguiram manter a identidade de ambos por meio de suas falas e cenas com o auxílio de James Gunn, diretor de Vingadores 1 e 2, ele mesmo escreveu o diálogo para os Guardiões da Galáxia.


O cuidado em agrupar os heróis respeitando suas habilidades “amarrou” a trama. Assim como cada grupo tem uma missão, cada herói tem sua identidade e apesar de serem muitos, todos são mostrados e desempenham um papel fundamental. É notório o volumoso catálogo de heróis nas cenas do planeta da Gamora e em Wakanda.


A computação gráfica também é muito importante. Presente desde a primeira cena, na qual Loki entrega a Joia do Espaço para Thanos, não só deu vida a personagens como: Hulk, Rocket, Homem de Ferro,e Thanos; criou o tapa-olho do Thor e originou cenários monumentais em outros planetas. Os Lençóis Maranhenses, cenário escolhido para dar forma ao planeta Vormir, apareceu com computação gráfica aplicada, o visual paradisíaco com dunas e piscinas naturais ganhou tons escuros e um precipício. Essa tecnologia é visível do começo ao fim com: o portal no meio de Nova Iorque, a aparição do Dr. Estranho para o homem de ferro, o Big Bang, Tony Stark se transformando em Homem de Ferro e até no fogo modificando a paisagem de Lugar Nenhum.


Existe um grande jogo de luzes, principalmente, nas cenas do espaço e em outros planetas. Em Lugar Nenhum, Nidavellir e Vormir, a iluminação é fraca, em muitas áreas a luz forma penumbras, todavia, em lugares como Nova York e Wakanda, a iluminação é forte.


A trilha sonora propiciou não só o clima de tensão e a carga dramática que emocionou o público, mas forneceu ao filme o caráter épico, apesar de não chamar muita atenção. Alan Silvestri, compositor americano responsável pela trilha, utilizou muitos instrumentos de corda (violinos, violoncelos, violas, contrabaixos) e instrumentos de sopro (flautas, clarinetes, trompas, trompetes) para dar altos e baixos às músicas. Segundo o compositor, o vilão Thanos foi um desafio por exigir dele uma identidade.


Assim como todos os filmes anteriores da Marvel, Vingadores: Guerra Infinita contou com a participação especial de Stanley Martin Lieber, mais conhecido como “Stan Lee”. Sua aparição recheou a trama e ofereceu uma dose maior de mistério. O ator, editor e diretor da Marvel é um dos mais famosos criadores de histórias em quadrinhos. Suas aparições são sempre secundárias, Stan Lee já foi vendedor de cachorro quente, segurança e até motorista. Uma das teorias dos fãs da série sobre o enigma de seu papel seria de que Stan seria um “Vigia”, uma raça muito evoluída de alienígenas que recolhe informações do universo. Ele seria o Vigia “Uatu” encarregado de observar os eventos da Terra. Nessa linha de pensamento, ele seria o mesmo personagem em todos os filmes, apareceria em cada um de forma diferente e sempre próximo à eventos, brigas, ações dos super-heróis da série.


Por sua vez, o final do filme não sai do tema épico, pelo contrário, após Thanos conseguir as seis Joias do Infinito, o futuro do planeta está em suas mãos. Ele possui o controle de tudo, a maioria dos heróis morre, se transformam em areia, literalmente. Na cena pós-créditos o poder do Thanos é visto na chegada a Terra com os civis morrendo. Seguindo a risca do épico, o ápice se encontra nas últimas cenas, o perder resultou em um prejuízo a toda a nação.


Desta forma, os irmãos Russos não só consolidaram os dez anos da Marvel Studios com a construção de uma obra-prima épica, mas reafirmaram a importância da Marvel na indústria cinematográfica.

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